Primeira pessoa: Apenas um date que não deu certo

Anna Carolina co uma franja sobre a testa, prendedor de cabelo dourado no alto da cabeça. Estou sentada contra uma parede estampada e sobre a mesa seguro uma taça de cerveja. Estou com o rosto tombado apoiado em uma das mãos, bem meiga. Na minha mão direita que segura a taça, tatuagens nos dedos formando a palavra amor
A belíssima visão de um date comigo 

Esses dias apareceu no twitter uma daquelas brincadeiras que se tornam virais. Dessa vez a ideia era postar uma ou mais fotos, preferencialmente suas mesmo, que representassem a visão que se tem em um date com você.

Não é segredo pra quem me segue no twitter que eu tenho 30 anos e nunca namorei. Como estou sempre reclamando disso por lá, que mal faz eu chorar por aqui também, não é mesmo?

Já faz parte da minha personalidade o medo de não ser amada, vindo de um olhar crítico demais pro passado. Nesse olhar pra trás, algo me diz que nenhum romance foi pra frente por alguma coisa que eu fiz, embora no fim, talvez ninguém teria sido digno dos padrões impossivelmente altos do meu Vênus em Leão. Na minha cabeça, estou sozinha por culpa minha.

Procurando fotos pra entrar nessa modinha - que confesso, achei fofa - e possivelmente marcar um datezinho pós-pandemia aos que curtissem a visão, fiquei lembrando que tive pouquíssimos encontros na vida, já que minha lua e ascendente em escorpião não me permitiram passar por esse tipo de relação muito frequentemente. Já culpei algo em mim na frase anterior, eu sei, mas, vou contar sobre o que fiz depois dessa reflexão causada pela(s) foto(s) do date comigo, que você pode ver neste post. Fiz o exercício de avaliar meus únicos 4 dates oficiais (que considero interações apenas entre eu e a pessoa, com a intenção de conhecer mais sobre o outro) e pensar motivos pra não ter dado certo que não tenham a ver comigo. Não é coisa de culpar ninguém, eu realmente acho que tudo é responsabilidade compartilhada numa relação de qualquer tipo. Se foi pra frente ou não, sempre é porque dos dois lados havia coisas não se encaixavam. Mas no meu caso, que sempre estou pondo a culpa em alguns comportamentos específicos meus, foi interessante ver como não teria dado certo mesmo se eu, por alguma mágica, não fosse a criatura amaldiçoada no amor que eu penso ser e apresentasse todos os comportamentos que poderiam ser mais desejáveis, os quais costumo culpar pela minha falta de sucesso na vida amorosa.

Então, sem expor ninguém, claro, vou deixar aqui alguns motivos pra não ter dado certo que não tinham nada a ver comigo.

O M. morava em outro país e estava voltando para casa, em outro continente e ele não tava a fim de romance.
O R. realmente não tava a fim nem de mim nem do date, o que eu ia fazer?
O menino cujo nome eu realmente não consigo lembrar mais achava que Batman X Superman era o melhor filme do Batman e a trilogia do Nolan era superestimada.
O A. voltou pra casa porque, bem, uma pandemia aconteceu.

Que fique registrado aqui, portanto, que nem tudo é culpa exclusivamente minha nos relacionamentos. Afinal, a culpa é do cara se ele tem o mau gostos de achar Batman X Superman bom e eu não tenho nenhum poder de resolver isso. Convido a todes que sentem o mesmo tipo de pressão de achar que tudo deu errado por culpa sua a fazer esse exercício e se possível, levar isso para análise com psicólogos, porque terapia nunca é demais mesmo. Não precisa nem fazer o exercício publicamente como eu, mas ajuda a deixar o peso do fim mais leve e mais igualmente dividido.

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